A previsão falhou... Depois da minha corrida na São Silvestre, cheguei em casa e esperei... Muito mais que o ano de 2013 eu esperava a chegada de um novo amor, incondional, novamente seria pai e ainda não sabia ao certo como lidar com isso, como a Nina reagiria com um irmão. Eu não tenho irmãos, pra mim era muito surreal lidar com isso. A previsão era dia 31. Aquela virada poderia ser inesquecível. A primeira na casa dos meus sogros em SP, mesmo ainda sem terem mudado. A primeira com um filho (a) novo (a).
Dia 31 passou. 2012 acabou. E a Dri continuou grávida, até que... Dia 2 de janeiro voltei ao trabalho. Por volta das 17:50, final da tarde, chegou um sms dela: "pequena cólica" ... Estava chegando a hora. Fui pra casa e ela estava bem. Jantamos e com o aumento da cólica pedimos para que a Nina ficasse na casa do André. O Ale e a Thaís vieram buscá-la. Antes, para a Dri descansar um pouco e relaxar, eu fiquei com a Nina brincando na sala. Quando os tios chegaram, ela foi tranquila, feliz e nós ficamos esperando. Aquela "espera eterna".
Assim que a Nina foi embora com o Ale e a Thaís fomos arrumar a mala do bebê. Ajudei a Dri e fomos dormir por volta das 23 horas. Nisso a Dri baixou um aplicativo no celular chamado "Contraction" para ajudar na contagem das contrações, que nesse momento ainda estavam espaçadas. A hora certa para ir ao hospital sempre foi a minha maior dúvida e o meu maior medo. Eu dormi.
Por volta das 15 para às 5 da manhã do dia 3 a Dri me acordou, pedindo a bolsa de água quente. As contrações estavam mais fortes e ela já tinha acordado há um tempo. Falamos com a Cris, doula da Dri e ficamos contando as contrações pelo aplicativo, monitoramos direitinho e eu ficava me alternando ao lado dela e na cozinha, preparando as bolsas de água quente. Tava chegando a hora.
Por volta das 10 da manhã eu pedi para que fossemos para o hospital. Apesar de ser época de férias era uma quarta-feira, nublada, e eu estava com medo de pegar trânsito. A Dri aceitou a ideia, a Elisângela e a Fátima já estavam em casa e nos desejaram sorte. Falei com a Dra. Andréa e novamente com a Cris e partimos rumo ao São Luiz.
Fui de olho na Dri, que a essa hora já estava com muita dor no banco de trás do carro. Não sei se pelo nervosismo ou pela ansiedade, errei a saída da Marginal, acabei errando o caminho e tive que dar uma volta maior.
Quando chegamos na porta da maternidade a Cris já esperava a gente. A Dri tava com muita dor, mas a Cris ajudou que ela saísse do carro e entrou com ela "correndo". Eu ajudei, mas claro, estava nervoso, principalmente quando o segurança do São Luiz virou-se para mim e disse: "chegou a hora papai". O sentimento começava a florescer. Eu de fato seria pai mais uma vez.
Enquanto eu preenchia as fichas burocráticas, depois de uns 20 minutos que havíamos chegado a Cris reaparece na recepção e vejo a Dri já em uma cadeira de rodas. A Cris pede para que eu largasse tudo e subisse. A Dri já estava com 9,5 cm de dilatação e o bebê poderia nascer, a qualquer momento. A moça da recepção não queria deixar de jeito nenhum que eu subisse sem preencher toda a papelada da para a entrada da Dri, mas eu aproveitei uma hora que ela saiu, peguei minha mochila e subi correndo, deixando as malas, tanto a da Dri quanto a do bebê na recepção. Eu já tava bem tenso.
Subi correndo para o vestiário, era preciso colocar a roupa do centro cirurgíco. Enquanto me trocava quase perdi o cartão do estacionamento. A ansiedade era muito grande. Depois de me trocar fui até onde a Dri esperava um quarto no delivery. Ela estava no chuveiro, em um box, e as contrações vinham muito forte. A sensação de não poder ajudar em nada era horrível. Mas eu sabia que a Dri tinha consciência disso, aquela dor fazia parte. Ainda assim, aquilo não me deixava mais calmo, nem mais confortável.
Passou-se quase uma hora e meia e nada das moças aprontarem o delivery (o quarto reservado para partos normais no São Luiz). A Cris vira e mexe vinha ver como estavam as coisas, a Dra. Andrea também, mas o quarto ainda nada. Depois de uma hora e meia enfim o quarto ficou pronto. A Dri foi direto para a banheira. Depois de algum tempo eu também entrei para ajudá-la a fazer força.
Nesse momento a Dri já estava com muita dor. Começou a pedir por anestesia, mas nem a Dra Andréa nem a Cris queriam dar. Segundo elas, a anestesia poderia dificultar a Dri em fazer força para expulsar o bebê. E a Dri resistiu. Muito! Talvez muito mais do que eu aguentaria. A natureza realmente é perfeita. Acho que nenhum homem aguentaria isso. Esse instinto é muito mais feminino.
Isso já eram mais ou menos duas da tarde. A Dri convenceu as duas de que seria necessária a anestesia. Enquanto a Dra. Andréa chamou o anestesista a Dri e eu saímos da banheira e fomos para a cama. A Dri continuou fazendo força, mas ela já estava com uma dor terrível e muito cansada.
Duas e pouco chegou, enfim, o anestesista. Dr. Carlos. Muito simpático, piadista, nos deixou muito a vontade, passou bastante confiança. Gostei muito dele. Depois da anestesia a Dri conseguiu relaxar um pouco. Eu também. Acabamos dormindo, até umas 3:15 mais ou menos.
Voltamos a fazer força, muita força dessa vez. O Dr. Carlos ajudava empurranado com as mãos a barriga da Dri. Depois teve a ideia de amarrar um lençol por cima da barriga dela, preso aos dois lados da cama. Ele puxava de um lado e eu de outro. Bizarro, mas acho que ajudou bastante no processo de expulsão.
Tanto é que, 5 para às 4, nosso meninão nasceu. Eu já estava esgotado. Cansado pela ansiedade, pelo nervosismo. Queria muito que a Dri conseguisse ter esse bebê de parto normal. Ela queria muito e graças a Deus ela conseguiu. Ela mereceu, por todo o esforço. Eu, apesar de ter olhado em alguns momentos a cabecinha do bebê quase saindo, não consegui olhar o nascimento. Estava muito emocionado, de mãos dadas com a Dri e assim que nasceu ouvi a Dra Andréa falando: "é um menino". Difícil não se emocionar de novo, enquanto escrevo. A memória ainda está muito viva e, por ter sido tão intenso o momento, tenho certeza que esse dia ainda vai ficar vivo muito tempo dentro de mim, talvez para sempre.
Assim que o meninão saiu ele já foi direto para o colo da Dri. Ele era enorme. Bonito, grças a Deus perfeito. Fui convidado a cortar o cordão umbilical. Difícil expressar o sentimento, e tomara Tito, que você possa participar dessa forma do nascimento dos seus filhos. Assim como eu participei do seu. Sentindo exatamente isso que eu senti.
Ainda no colo da Dri decidimos que ele se chamaria Tito. Eu ainda tinha um pouco de dúvidas sobre o nome, a Dri também, mas eu queria decidir logo. Ligar e avisar as pessoas falando o nome do meu novo filho. Tito. Pronto, tava decidido. Um nome curto, diferente, assim como Nina.
O Tito nasceu grande e pesado!
Por conta de um dreninho que estourou enquanto a Dri fazia força ela teve que levar uns pontinhos, mas nada de grave. O celular nesse momento não parava de tocar. A primeira pessoa com quem eu falei foi o André. Depois com a minha mãe, sempre o momento de mais emoção. Liguei para o Dog também para dar a notícia e a Duda chorou quando soube que era um menino. Crianças são sempre sinceras e surpreendentes. Aproveitei que já estava com o celular na mão e falei também com o Ricardo, meu chefe na época e depois ainda mandei mensagens de texto para um monte de gente. Pronto estava anunciada a chegada do Tito!
Voltei ao delivery e a Dri já estava dando de mamar para o Tito. Graças a Deus ele pegou o peito muito rápido e sem stress. Fui até a porta da maternidade falar com o pessoal que estava lá. As primeiras pessoas que estavam ali eram a minha sogra, o Ale, a Thaís e a Nina. Meio cabrera por me ver com aquela roupa estranha. Talvez meio sem saber o que estava acontecendo.
Voltei ao delivery novamente, fiquei mais um tempo com a Dri e depois desci para terminar a parte burocrática e tentar conseguir um quarto maior para a gente. Nisso a Dri já foi para o quarto novo e quando eu cheguei lá o tel do quarto tocou e a recepcionista avisou: "o Sr. André e mais 9 pessoas chegaram". Pode entrar todo mundo, por que não? O dia era de festa e todos estavam mais do que convidados para ver o mais novo filho, sobrinho, neto, primo...
Assim, as primeiras visitas do Tito foram o Tio André e a Tia Cris, os filhos deles, além da Thais, do Ale, da minha sogra e da Nina. Depois, ainda no dia 3 chegaram o meu sogro, A lu com as filhas, o Leandro e a Taynara.
Essa noite dormimos tarde. A Dri ainda jantou e eu acabei comendo uns salgados que o Ale trouxe. Essa primeira noite do Tito foi meio stressante. Ele não dormiu bem, acordou algumas vezes, chorou, mas nada de problemático, apesar de cansativo. Por fim, tiramos ele do berço, colocamos junto da Dri na cama e aí sim ele dormiu, literalmente, feito um bebê.
No dia seguinte cedo a Dra. Andréa passou cedo no quarto e, para nossa total surpresa, já deu alta para a Dri e para o Tito. A Dra. Sandra passou a tarde e deu no Tito o seu primeiro banho, tradicionalmente de balde, e também liberou ele. Pronto, podíamos ir para nossa casa!
Liguei para o Primatinha, Birão, Ana e Marcus falando que não precisariam ir até o hospital para visitarem o Tito, que nós estávamos de alta já.
Depois do almoço, o André voltou com as crianças e ainda assistimos o jogo do Santos na Copinha, (ganhamos do Remo por 3x0 perdendo 2 penaltis ainda) e na sequência aproveitei para registrar o Tito antes de ir embora. Agora poderíamos ir para casa tranquilos.
Saímos por volta das 19:30 do hospital. Chegamos em casa, jantamos, demos uma geral em tudo e fomos dormir. Estávamos bem cansados. Essa noite o Tito dormiu no nosso quarto dentro do bebê conforto e a Nina estava ainda um pouco enciumada.
No sábado ficamos tranquilos em casa. Recebemos o Marcus e a Ana de visita. No sábado também comprei o meu primeiro presente para o Tito. Um bonequinho do Tito Ortiz, lutador de MMA. Nina me ajudou a escolher. O Tito nesses primeiros dias tem se comportado como um anjo. Quieto, tranquilo, uma paz total. A Nina quis mamar na Dri, explicamos que ela já era grande e não mamava mais. Ela entendeu mais grudou muito na Dri, quis colinho toda hora, aquele ciúme normal, mas nada exagerado.
Domingo ficamos tranquilos e recebemos muitas visitas. Desci para brincar com a Nina e quando subimos o André apareceu com a Cris e as crianças. Depois ainda vieram Dog e família, meus sogros e a Lu e as meninas.
Segunda a visita foi do Godoy e da Lorena, que aproveitaram o calor e pagaram uma piscininha comigo e com a Nina, e mais tarde, também veio a Edeline, em uma visita muito rápida.
Tito continuava um anjo. Só fazendo muito cocô, mas dormindo muito melhor.
Na terça voltei a trabalhar, e o Tito voltou ao hospital para fazer o exame do pezinhos e tomar as primeiras vacinas.
segunda-feira, 3 de junho de 2013
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